Estivemos nas Jornadas Mundiais da Juventude

Olá a todos!
Provavelmente, muitos poderão já pensar por que razão tem havido uma tão grande ausência, depois de uma expectativa tão grande! A razão é muito simples. A experiência que o grupo viveu em Madrid neste verão de 2011 foi de tal modo tão intensa, que foi preciso deixar passar algum tempo, depois de toda a turbulência  vivida naqueles dias e deixar repousar, pensar e meditar em todas as experiências, emoções e sensações vividas.
A experiência assentou sob quatro vectores. A viagem, o aprofundamento da convivência do grupo, a capacidade em contornar as adversidades, a redescoberta da fé.



A Viagem


Saímos de Oeiras pelas 11:00 da manhã depois da celebração da missa das 10:00 na nossa Igreja Matriz. Fomos para Madrid na VW Transporter do Centro Social paroquial de Oeiras. Por volta das 13:00 estávamos a almoçar na fronteira entre Portugal e Espanha em Caia. A viagem que se seguiu foi muito longa e cansativa, apenas porque o calor era tanto e que por isso mesmo provocava sonolência o que nos obrigou a parar para descansar várias vezes durante o caminho. Guiados pelo GPS passámos pelas duas radiais principais de Madrid e entrámos na região de Valecas. Pelas 19:30 (hora espanhola) estávamos junto da escola primária que seria o nosso lugar de alojamento.

O aprofundamento da convivência do grupo


Esta aventura, tornou-se uma oportunidade única em aprofundar os laços de amizade entre o grupo. Estivemos cinco dias por nossa conta e foi graças à nossa união que foi possível ultrapassar todas as adversidades.  A amizade nos dias de hoje é algo que começa a estar descaracterizado. É comum haver hoje em dia amigos ou conhecidos e algumas dezenas ou centenas de amigos virtuais! Ali foi possível viver a verdadeira experiência da amizade e de certeza que daqui a algumas dezenas de anos ainda nos vamos recordar desta aventura, tudo porque esta foi verdadeiramente vivida!


A capacidade em contornar as adversidades


Durante os dias que passámos sozinhos, foram várias as oportunidades de sermos testados nos nossos limites. O calor sufocante, a ausência de água fresca, as longas caminhadas a pé, as apertos nos transportes públicos são alguns dos exemplos das adversidades sentidas. Mas o verdadeiro teste chegou quando todos fomos surpreendidos pela  improvável tempestade  na noite de sábado dia 20 de Agosto, depois de uma tarde em que estiveram 43 graus! Este foi o momento mais decisivo! Não estávamos preparados para aquela adversidade e tivemos de inventar. Olhar ao nosso redor e juntar o que tínhamos ao nosso dispor, avaliar as hipóteses e improvisar uma pequena tenda com o menos provável. Foi desafiante.





A redescoberta da fé


Aeródromo de Quatro Vientos. A noite de dia 20 para dia 21 foi passada nas piores condições. Habituados ao conforto do nosso lar, de repente dei por mim, completamente molhado de cima baixo, deitado num apertado espaço de terra, completamente coberta de pequenas sementes secas que picavam por todo o lado. Durante esse tempo, quase não conseguimos dormir. Enquanto olhava para o céu estrelado recordo-me de ter reconhecido algumas constelações mas ao mesmo tempo lembrei-me de todas as pessoas que tal como eu naquele momento também têm as estrelas como tecto e o chão da rua das nossas cidades como cama. Pensar é uma coisa, viver essa experiência é outra coisa. O frio e a fome que sentia naquela noite fez-me descer à terra e assim aprendi o quanto é difícil a vida de quem não tem nada na vida.
Assim, rezei e agradeci a Deus Pai por me ter oferecido aquela experiência junto dos meus amigos e junto de mais de um milhão de jovens que ali estavam comigo e pedi por todos os que sofrem por a sociedade os ter marginalizado pelas mais diversas razões.
Esta foi uma oportunidade de testar a nossa fé, de passar por dificuldades e de testar os nossos limites. Um milhão de jovens não desistiu, nem arredou pé! Estávamos todos ali junto de Bento XVI enrraizados em Cristo, Firmes na fé.
Na manhã seguinte, quando os primeiros raios de sol despontaram no horizonte e aquele milhão de jovens despetou... meu Deus! Como foi bom passarmos esta experiência de fé juntos... como é bom estar vivo e ter a confiança de depositar a nossa vida nas mãos de Deus todos os dias da nossa vida.
Em criança, todos nós fazemos projectos e temos sonhos... e mais tarde trabalhamos e lutamos para os alcançar. Mas a verdade é que nem eu, nem aquele milhão de jovens algum dia pensou na sua infância que iria estar naquele lugar.
Quando o Santo Padre chegou ao recinto, ele passou por nós a cerca 100m de distancia. Aquele homem vestido de branco transmitia uma paz contagiante. Sentimos que o poderia-mos seguir o resto da nossa vida e cantar " Esta es la juventud del Papa".
O regresso deixou uma grande saudade daquela cidade sufocante onde ninguém faz um pequeno esforço em perceber o português, e  as ruas têm um cheiro nauseabundo. Fomos muito bem recebidos pela equipa de voluntários e agradecemos ao Javier Dias Meco toda a ajuda que nos proporcionou.


Nunca esqueceremos esta aventura!!!

Vejam aqui o Video e as Fotografias